segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Saudade é, sem dúvidas, a dor mais dolorida. Não há analgésico, chá, nada na farmácia ou na venda da esquina que possa curá-la. Às vezes um carinho, um abraço, um dedo que segure aquela lágrima que insiste em percorrer o rosto pode até vir a amenizar, mas não cura. Eu descobri que Saudade tem quatro letras, e um milhão de dores. A dor de não saber se ele já escova os dentinhos sozinho, a dor de não saber se o cereal preferido ainda é do Ben10, a dor de não estar lá quando ele cortou o cabelo pela última vez, se ele ainda dorme nos mesmo horários de antes, se ainda acorda naquele mal humorzinho herdado de mim e pede por nescau com leite e colinho. A dor imensa de não ouvir o som lindo do seu sorriso, e de não ter ele por perto pra sentir o melhor cheirinho de pescoço do mundo. De não estar lá pra acalmar o seu choro, de escutar “mamãe” junto com um abraço que faz um mundo inteiro parar. Saudade é uma dor fina, aguda e contínua do lado esquerdo do peito, é a tristeza de uma ausência que não passa nem mesmo quando a gente o vê pela webcam e ele está lá lindo, com aquele sorriso que tem um sol, com aqueles olhinhos tão meus. Saudade é não saber lidar com os dias que ficaram imensos e sem expectativa de chegar em casa, e receber a melhor recepção do mundo depois de um dia de trabalho, não saber o que fazer com o tempo vago, não saber frear as lágrimas e o soluço, não saber como aguentar a dor de um vazio silencioso que nada preenche. Saudade tem quatro letras, pouco menos de um metro e 365km de distância.

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